História do Hino Nacional do Brasil !

Sempre emociona se tocado em grandes ocasiões e principalmente, quando os nossos atletas sobem ao pódio, elevando cada vez mais o nome do nosso país.

Ele foi tocado pela primeira vez em 1831 e só em 1909 ganhou a letra de Joaquim Osório Duque Estrada.
Em 300 anos de história, o Brasil a rigor não teve hino algum que fosse seu.
Também em Portugal, até o século XVIII, só se cantava o Hino do Rei, que era mudado toda vez que morria um monarca.
Pois o Brasil, mesmo depois de sua independência, por nove anos viveu sem hino.

A história do Hino Nacional Brasileiro é pouco divulgada e geralmente se limita a uma breve referência aos autores da letra e da música. No entanto ela é riquíssima e reflete os momentos mais importantes de nossa História.

O hino brasileiro nasceu ao calor das agitações populares, num dos momentos mais dramáticos de nossa História, quando a independência do Brasil vacilava em razão dos desmandos autoritários do mesmo soberano que a proclamara. Para comemorar a abdicação de D. Pedro I, forçada pelo clamor dos patriotas, Manuel da Silva (discíplo de José Maurício e, por algum tempo, de Segismundo Newkomn) refez o hino que criara em 1822 para saudar nossa emancipação política e que se transformou num grito de rebeldia da Pátria livre contra a tutela portuguesa.

Por mais incrível que pareça, durante quase um século o Hino Nacional Brasileiro foi executado sem ter, oficialmente, uma letra. As muitas tentativas de acrescentar um texto à música não vingaram. Os versos não eram bons: os primeiros, carregados de ressentimentos, insultavam os portugueses; os outros pecavam pelas bajulações ao soberano reinante. Assim, a composição de Francisco Manuel da Silva - uma marcha destinada à consagração do hino - só em 1909 recebeu uma letra definitiva. E apenas em 1922, finalmente completa, foi oficializada como Hino Nacional Brasileiro. Segundo Luís Heitor de Azevedo Correia, o Hino Nacional Brasileiro foi cantado pela primeira vez no cais do Largo do Paço (ex-cais Faroux, atual Praça 15 de Novembro, no Rio de Janeiro), executado entre girândolas de foguetes e vivas entusiásticos, quando da partida de D. Pedro I. Portanto, em 13 de abril de 1831.

Uma letra para o Hino Nacional Somente em 1906 Coelho Neto propôs à Câmara dos Deputados que fosse dado ao Hino Nacional um só poema. Proposta que só se concretizou 16 anos depois. Assim a letra definitiva do Hino Nacional foi escrita em 1909, por Osório Duque Estrada. Porém só foi oficializada por Epitácio Pessoa em 1922, às vésperas do I.º Centenário da Independência. Por ter sido originalmente criada para execução em orquestra, a música foi adaptada para também poder ser cantada.


Letra: Joaquim Osório Duque Estrada
Música: Francisco Manoel da Silva

I Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante E o sol da liberdade em raios fúlgidos, brilhou no céu da Pátria nesse instante. Se o penhor desta igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, em teu seio, ó Liberdade, desafia o nosso peito a própria morte! Ó Pátria amada, idolatrada, salve ! salve! Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido A imagem do Cruzeiro resplandece. Gigante pela própria natureza És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha esta grandeza, Terra adorada, Entre outras mil És tu, Brasil, Ó Pátria Amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria Amada, Brasil! II Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, florão da América, Iluminada ao sol do Novo Mundo! Do que a terra mais garrida Teus risonhos, lindos campos tem mais flores; "Nossos bosques tem mais vida" "Nossa vida" no teu seio "mais amores", Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve! Brasil, de amor eterno seja símbolo lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro desta flâmula Paz no futuro e glória no passado. Mas, se ergues da justiça e clava forte, Verás que um filho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora a própria morte. Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada! Dos filhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!